segunda-feira, 19 de outubro de 2009

[BLOG INTERDITADO]

Minha vocação não é pra romancear. Ou falo de fatos ou escrevo poemas...
Esses posts perderam o foco completamente.
Enquanto eu nao tiver inspirações decentes para contos e não uma série deles linkados, os posts nao existiraão

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Janela pra outra dimensão

Outra vez abstraída do mundo real, a menina foi até a janela pois havia ouvido o barulho da chuva a cair. Ao abrir a janela, sentiu cheiro de terra molhada e paralisou-se. Não era a primeira vez que o olfato servia de mensageiro do passado. Ela não estava mais ali, e sim num lugar longínquo, voltara a ser criança e corria pelas ruas ora de terra, ora de paralelepípedos, onde as casas têm pôrtas na sala que dão direto pra rua, onde senhorinhas ainda conhecem boa parte dos moradores e onde crianças pedem a benção a todos os mais velhos.
Ali, naquela janela, a menina continuou de olhos fechados, absorta de tudo que havia no mundo exterior. A noite não a amedrontava, só ouvia os grilos cricrilando e as gotas batendo nas folhas das árvores e no chão. Só ela e as lembranças...Mas já era muito tarde e a menina precisava dormir. Mas ela descobrira um portal pro seu passado, pras mais bobas nostalgias: estava na brisa, estava na chuva, estava no cheiro do ar que ela aspirava.

sábado, 26 de setembro de 2009

Mais um dia se passa...

A menina viu uma coisa que a fez lembrar do passado. De repente aquilo se repetiu e a menina sentiu um frio na barriga...Temeu que a ponte fosse ruir, mas no seu ímpeto de encontrar o que estava depois daquele abismo ela continuou em frente. Ou ela veria um horizonte amplo quando chegasse ao outro lado ou cairia sem rede de proteção do lugar mais alto de onde já estivera.

Ela reparou que pensar naquilo não a levaria longe. Então absteve-se de si mesma e passou um tempo a se imaginar no lugar de outras pessoas. Lembrou-se dumas fotos feitas nas cercanias de Chernobyll 15 anos depois do acidente, lembrou-se das creches sem crianças, com brinquedos abandonados pela pressa e pelo medo, das casas com lembranças de anos deixadas pelo desespero. Lembrou as casas destruídas pela guerra, com paredes metralhadas, como nem nos piores tiroteios no Brasil se vê. Vieram-lhe à memória a destruição do furacão Katrina, os resquícios dos áureos tempos de Cuba. Ela pôde ver que o que lhe angustiava era pouco.

Estranhamente a menina tinha sonhos com o horizonte, e isso a preocupava, porque, em geral, as coisas que ela sonhava nunca se tornavam reais. Opa! então ela queria que seu sonho acontecesse?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A dúvida e a estrela

Os pés tocaram as frágeis tábuas da ponte, a menina então parou, congelada. Ela não sabia mais se queria seguir em frente. Será que a segurança lhe desagradara? Teria ela vocação para as coisas indevidas? Ela quase voltou, mas então ousou abrir os olhos, e viu brilhar intensamente uma pequena estrela e viu que aquele caminho era o melhor para aquele momento. Ela não hesitou, cerrou os olhos mais uma vez e voltou a andar ao longo da frágil ponte.

O 'sonho'...

Aquele passo da menina durou tanto que creio que a menina adormeceu antes que o pé tocasse qualquer possível anteparo, e esse momento de inconsciência foi suficiente pra que a menina se transportasse para um lugar bem longínquo. Talvez tenha sido o medo que a fez se levar para um lugar onde ela se sentia segura e feliz. Esse lugar era simples, com casas cujas telhas podiam ser vistas de dentro, pois não têm forro, com paredes mal pintadas onde se penduram quadros de santos, fotos dos pais, daquelas que parecem pintadas. A menina podia até mesmo sentir o cheiro daquele lugar. Quisera ela estar lá. A saudade tornou-se tamanha que deu até pra sentir o coração bater um pouco apertado no fundo do peito.
Por que aquele lugar? Nem ela sabe...

Continua a saga da menina...

A chuva cessou e a menina começou a andar, sem saber direito pra onde ia, mas foi ainda assim. De repente, ao ouvir um barulho, o caminho à frente da menina tornou-se uma ponte estreita e frágil e a menina hesitou...Ponderou, deu um passo, quis voltar...
O medo se apoderou da menina. No céu, a lua brilhava minguante e não cheia como ela gostava. A pouca luz da noite deixou-a com ainda mais medo. Sua vontade era dar as costas pra ponte e correr pra segurança. Mas ela se ateve às palavras sinceras de um amigo que há pouco a conhecia, mas que parecia ler-lhe a alma. Fitou a ponte fixamente, viu que bastaria andar reto para atravessá-la, cerrou os olhos e deu mais um passo - o passo mais longo e demorado de sua vida inteira, na ânsia e no medo de não achar um solo fixo quando pousasse o pé no chão...

Contando um conto[zinho]

Chovia pesadamente. Contudo, não só do seu caíam gotas transparentes: dos olhos da garota, algumas lágrimas se precipitavam.
Aquelas lágrimas, assim como a chuva que cai sem uma razão e molha o solo, caíam sem que a menina soubesse o porquê e regava a tez branca que, mesmo assim, não florescia, ao contrário: empalidecia até.
Ela andava silente como o vento, de lá pra cá sem ter rumo, apenas por vontade de não ficar parada. Não se contentava em ser ar, queria ventar.
E naquela noite que se formou na menina, bem como as noites nubladas onde a lua crescente parecia sorrir e iluminar o firmamento, faltava pra menina ver brilhar um sorriso crescente por entre as nuvens dos olhos dela, para que se abrisse o céu e as estrelas voltassem a brilhar naquele olhar.
[Escrevendo continhos, influência do Mr.M?? kkk]